quarta-feira, 14 de abril de 2010

A ética na advocacia e o interesse público

O professor Eduardo Salomão publicou no jornal “O Estado de São Paulo”, no dia 13/04/2010, artigo com o título “Ética na advocacia e tragédia grega”. Veja um trecho:

“Se o prejuízo ao interesse público que resulta desse enfraquecimento ético não for suficiente, há também grandes prejuízos privados. O cliente que vê o advogado como um simples técnico o remunera como tal, muitas vezes promovendo cotações entre escritórios que julga farão trabalho semelhante, e contratando sempre e invariavelmente o mais barato. O jovem profissional bem formado, inteligente e idealista se afasta da prática da advocacia, procurando servir o interesse público diretamente, como juiz, integrante do Ministério Público, da Defensoria Pública e carreiras afins. O resultado de todos esses fatores se soma, criando para a advocacia ambiente mais pobre em termos morais, intelectuais e econômicos”


Sei não!

Que mundo será que ele vive?
O que ele quis dizer com bem formado, inteligente e idealista? E os demais?

Pelo que sei, que vi e convivi, o jovem profissional bem formado (?) não procura servir ao interesse público. É o contrário.

Os que buscam concursos visam, não o interesse público, mas, o salário (um dos mais altos do mundo), a estabilidade, o glamour, muitas vezes, a imunidade e a impunidade. O interesse público, se tiver tempo, fica em último lugar.

Quem faz o curso de direito em faculdade particular, normalmente, é ele que paga o seu curso com o seu trabalho.
Os que fazem o curdo em faculdade pública, geralmente e quase sempre, são os mais abastados e muitas vezes, de descende de uma árvore genealógica muito favorável.
Estes estudam o tempo integral para os concursos. Os demais, normalmente, já têm trabalho. Não tem tempo.
Outros jovens não contemplados pela árvores genealógica, geralmente, vão trabalhar com algum parente, já no mercado.
Não existe jovem idealista. O concurso público favorece quem estuda mais.
Muitas vezes, os jovens bem formados vão trabalhar sem experiência alguma, prejudicando os cidadãos, que são como cobaias.
Muitos não sobreviveriam como advogado por falta de aptidão.

J. Cássio.