domingo, 2 de maio de 2010

Porque eu sou conservador – parte I

Conversadorismo x modernismo - a evolução social.

Toda vez que nós afirmamos alguma coisa , estamos negando todas as demais que a contrarie.

Na vida é assim. Você deve tomar decisões constantemente. Você estará sempre afirmando algo e negando o contrário. Você deverá adotar a tese ou a anti-tese.

Se você é democrata, logo você não é socialista. Se você é Cristão, logo você não é budista. Se você é conservador, logo você não é liberal. Se você vai por aqui, logo você não vai por ali.

Óbvio que deve haver a flexibilização. Mas, tal flexibilização não deve fugir do princípio básico da formação de sua personalidade, que foi amoldada nos usos e costumes do grupo social a que você pertence ou pertenceu.

Do contrário, haverá um preço muito algo a pagar.

A adaptação ocorre com tempo. A flexibilização e a adaptação são vitais para a nossa sobrevivência.

Veja em partes, artigo a respeito do assunto.
 

“O que realmente pensam os conservadores

1. Da necessidade de precisão no debate político

No debate político brasileiro, a primeira vítima costuma ser a semântica. As palavras passam a ser utilizadas em contextos completamente diversos daqueles em que surgiram. Novos significados são acoplados a um termo para que pareça ser mais defensável ou até mais “atacável”. Em casos extremos, as palavras perdem todos os seus sentidos concretos, passando a designar um “oceano de significados”. Exemplo nítido disso é a conhecidíssima “justiça”, que parece ter um conceito diferente em cada boca que a pronuncia.

Outras palavras receberam cargas de ataques tão poderosos que deixaram de ter, para a população em geral, qualquer sentido próprio, tornando-se apenas rótulos odiosos prontos para serem utilizados em ataques retóricos contra os adversários ideológicos. Um caso contundente dessa degradação semântica é o termo “elite”, que deixou de significar “um grupo de pessoas que, em determinada área de atuação, conquistaram um nível de excelência” para, em contornos totalmente retóricos, significar “um grupo de sanguessugas que conquistaram o poder no País por meio de pilhagem e, por isso, devem ser severamente combatidos”. Para atestar essa transformação, basta verificar qualquer discurso político: em nenhum caso, aqueles que alcançaram o nível de excelência em suas áreas serão chamados de “elite”, termo sempre reservado a difamações.

Outros termos que foram vítimas da degradação semântica são “conservador” e “conservadorismo”. Destacados de suas raízes anglo-saxônicas e utilizados a esmo em um País que não tem nenhuma tradição conservadora, passaram a referir-se, no discurso político, àquelas pessoas que simplesmente desejam manter o status quo, qualquer que seja ele. Assim, “conservador” seria sinônimo de reacionário, tradicionalista, preconceituoso e avesso a riscos. Fala-se em “investidor conservador” (aquele que prefere renda fixa a ações), “política econômica conservadora” (referência comum à atuação do Banco Central) e até em “congresso conservador” (a despeito de não haver nenhum parlamentar no Brasil que se enquadre nessa categoria).

Assim, a principal função deste artigo é definir o conservadorismo, seus valores essenciais e quais as opiniões conservadoras sobre os principais temas jurídicos e políticos em discussão no Brasil. Não será possível, e nem é essa a pretensão, abordar exaustivamente o movimento conservador. Para isso, seria necessário não um artigo ou mesmo um livro, mas um tratado. A pretensão aqui é bem mais modesta: apresentar ao público brasileiro o que é realmente o conservadorismo e quais são suas principais ideias. Seu objetivo será alcançado se se conseguir, ao menos, tornar mais claro e objetivo o debate político brasileiro”

Fonte: AGUIAR, Alexandre Magno Fernandes Moreira. O que realmente pensam os conservadores . Jus Navigandi, Teresina, ano 13, n. 2269, 17 set. 2009. Disponível em: . Acesso em: 01 maio 2010.


J. Cássio.